8.28.2015

ENTREVISTA COM DIRETOR JÚNIOR! "Sim é um projeto que tenho pensado, mas não sozinho",diz Júnior sobre pré-candidatura à prefeito.

Nessa semana fui ao encontro de Júnior, mais conhecido como diretor Júnior, afim de conversar sobre os problemas de Brejo e esclarecer sobre possível candidatura à prefeito em 2016. 



Aos 47 anos o senhor se tornou pai novamente. Como é essa experiência?

Maravilhosa. Tenho quatro filhos e, atualmente, três moram fora por conta dos estudos. Verônica, a caçula nasceu no ano passado e, embora nenhum filho substitua o outro, sua alegria e simplicidade ajudam a preencher esse vazio deixado pelos outros. Quando estamos todos reunidos então é que a alegria fica completa. Enfim, ser pai é algo quase indescritível.

O senhor também é um homem temente a Deus e também tem uma vivência religiosa. Qual a importância da fé na sua vida?

A fé é uma força motora, do qual sem ajuda de Deus é impossível realizar ou atingir os objetivos da minha vida. Acredito que a fé fundamental nesse processo. Nesse sentido falo da fé no geral, pois, acredito que toda fé tem que ser respeitada.

Você é casado há um bom tempo, qual o segredo para um bom casamento?

Não existir segredos (risos). O respeito, o amor, cumplicidade é fundamental para um bom casamento. É a existência disso e a reciprocidade que faz do meu casamento com Alessandra ser isso, um bom casamento.

O senhor é filho de um brejense bem conhecido, o “Vicente Músico” como todos o chamam. Em que você se espelhou nele?

Meu pai tem um legado importante na minha vida, gostaria de destacar um especificamente. Como muitos sabem ele foi vereador por quatro mandatos numa época onde essa função não tinha remuneração financeira. Trabalhou em favor de Brejo simplesmente por vocação e desejo pelo bem do coletivo. Wanderson isso pra mim é sem dúvidas um dos maiores orgulhos que tenho na minha formação: poder fazer o bem desinteressadamente. Além do lado político, foi um músico dedicado, bastante conhecido e querido pela população brejense, nisso também me espelho afim de construir uma conduta tão respeitada quanto!

Júnior você é professor, diretor de uma tradicional escola brejense. Há noventa os professores da rede municipal de Brejo estão em greve reivindicando melhorias, como o senhor avalia essa situação?

Olha é uma situação extremamente delicada. Sou professor e vejo que é válida a luta dos meus colegas de profissão. De um lado há cobrança de direito e do outro, aluno sem aula. Contudo, penso que se você garante o direito dos professores indiretamente você assegura o direito dos alunos de ter uma boa educação.

O senhor também foi secretário de educação em Brejo. Hoje como você avalia essa experiência de administrar a educação de uma cidade e quais foram principais desafios vencidos?

Hoje considero uma experiência positiva porque enriqueci meu conhecimento e, claro, que com a ajuda de uma boa equipe e a colaboração dos demais funcionários conseguimos vencer os desafios propostos. De fato, foi um desafio e gosto de desafios. Neste caso, como secretário de educação, quando assumi haviam dois anos que o município não recebia os recursos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), com esforço e dedicação conseguimos recuperar esse programa que foi fundamental para garantir o bom funcionamento das escolas da rede municipal. Outra grande conquista foi conseguir reformar grande parte das escolas do município, tudo isso em dois anos e meio o que, de fato, é uma vitória para uma cidade.

Júnior, ainda falando de educação, muito jovens termina o ensino médio e não tem a oportunidade de estudar fora ou pagar uma faculdade particular em Brejo. Isso é um problema que infelizmente afeta muitos brejenses, na sua opinião, o que falta/precisa para ajudar essa significativa parcela de jovens?

Eu sei como educador que a educação muda sim a vida de pessoas. É muito triste mesmo ver essa situação onde muitos jovens não tem acesso ao ensino superior. Você é um sortudo por estar realizando seu sonho estudando Jornalismo numa Universidade Federal, mas nem todos conseguem por diversos fatores. Quanto a isso penso que trazer uma instituição pública de ensino superior para nossa cidade é a melhor alternativa. Mas trazê-la  de maneira permanente onde esses jovens possam ingressar gratuitamente. Isso é um direito garantido, apenas, precisamos de mais sensibilidade no trato com a educação e esforço para conseguir isso.

Falando em administrar, faltam um ano para o início das campanhas eleitorais para prefeito. Muito se ouve falar em pré-candidatos e, recentemente, seu nome também vem sendo largamente citado. De fato você pretende concorrer à prefeitura de Brejo em 2016 e o que lhe leva a isso?

Sim é um projeto que tenho pensado, mas não sozinho. Isso é algo que depende muito do povo da nossa cidade. Se o povo quiser, eu serei e me disponho a encarar mais esse desafio. Esse projeto nasce do desejo de dias melhores, de mudança. Amar Brejo é uma coisa, amar e morar aqui é outra. E quem está nessa situação, diante do que temos visto, só pode desejar mudança. Isso é o que me motiva. Bem, a verdade é que não precisa ser político para fazer o bem, mas se for necessário ser, eu serei.

Você é consciente que Brejo é uma das cidades mais politizadas do Baixo Parnaíba e nossa política é marcada por grupos antigos bem definidos e isso certamente seja uma dificuldade para qualquer novo nome na política. Como enfrentar isso?

O bom de cidades pequenas como Brejo é o fato que todo mundo conhece todo mundo, então isso facilita quando se busca referências sobre as pessoas. Por isso, as pessoas sabem e conhecem que por onde eu passei sempre priorizei exercer um bom trabalho, honesto, visando o bem comum. As pessoas me conhecem e sabem minha conduta. Considero isso um diferencial. Com todo o respeito, reconheço, alguns bons trabalhos exercidos pelos políticos tradicionais de Brejo, mas é preciso haver alternância no poder. O resultado óbvio de apostar em nomes novos é poder dar uma nova oportunidade de mudança para cidade. Veja bem, só pode haver novidade se houver mudança. Brejo precisa de novidade na política, por isso creio, é necessário mudança. Já sabemos como esses grupos governam, está na hora de ver o trabalho de gente nova, jovens, um grupo novo. Por isso nesse projeto tenho procurado reunir pessoas que se encaixam nesse perfil: novos, perspicazes e jovens. Ou seja, a melhor maneira de enfrentar essa barreira é oferecer um proposta nova de política.

Você fala que deve haver uma mudança na política local. Essa mudança significa o que exatamente para você? O que é pode provocar essa mudança?

Veja bem, Brejo precisa de alternância no poder. Mas uma alternância de verdade. Não aquela alternância de colocar o filho, o parente, o amigo no lugar o que no fim das contas é a mesma coisa. Chegamos a um momento tão crítico que percebemos que as disputas políticas de nossa cidade servem apenas para a manutenção do poder. Melhorias para Brejo é algo que fica de lado, enquanto se pensa primeiro no controle social de uma cidade pequena como a nossa. Não podemos viciar pessoas no poder, porque isso tem a mesma consequência destrutiva do vício na droga. Apenas uma coisa pode ajudar Brejo: mudança na forma de pensar a política. E quanto a isso estou satisfeito, porque Brejo vive um momento diferente. O avanço das redes sociais permite o brejense a ter acesso a informação e a informação cria senso crítico; com esse senso crítico o brejense saberá avaliar melhor.

Esse advento da informação culminou em grandes manifestações recentemente. Desde 2013, parece que a população brasileira no geral tem acordado e ficado mais atento à política. Hoje as pessoas estão cobrando mais, reclamando mais e reivindicando. Em Brejo, mesmo que ainda de maneira muito sucinta, há uma imensa insatisfação e decepção com a política. Ao que você atribui isso?

O fator dessa insatisfação com a política local é simples: toda expectativa não correspondida gera frustração, decepção. Isso é o que acontece com Brejo. As pessoas esperaram demais, sonharam demais, acreditando em promessas fantasiosas, e o que Brejo precisa é de propostas simples, porque os principais problemas que Brejo precisa ser melhorado pode ser resolvido com medidas simples. E essas medidas simples tem que ser voltadas para o coletivo, em benefício da população.

Se fala muito em velha política, políticos tradicionais, grupos antigos e afins. Pra você o que é a nova política?

Wanderson, Brejo é uma cidade muito antiga, você sabe disso. Passamos por vários modelos de governo. No entanto, parece que preservamos aos passar do tempo um único modelo. Uma espécie de coronelismo moderno ainda vive hoje. Sabemos o prejuízo real dessa forma de política. Um grupo ganha e então se dedica a humilhar e perseguir o outro. Isso tem que acabar! Porque de qualquer maneira a cidade toda perde. Desse modo criamos uma política particular, egoísta e individualista. Algumas pessoas votam em troca de emprego, mas me diga se não seria mais fácil votar em troca de uma rua asfaltada, uma praça reformada e um hospital construído? Porque aí sim as pessoas podem cobrar depois. Caso o voto seja dado em benefício particular, a pessoa depois não pode reclamar. Você entende? Há vícios políticos que precisam ser superados. A nova política é esta: uma nova maneira de ser político, uma nova maneira de ser eleitor.

Brejo tem passado grande dificuldade em setores básico como a educação, saúde e infraestrutura. O que você acha que precisa ser feito nessas áreas?

Reafirmo que a solução é simples, basta aplicar devidamente cada recurso nas áreas do qual são destinadas. Dinheiro não é o problema principal, mas sim organização, planejamento e seriedade na aplicação desses recursos. Nossa cidade viveria outra realidade se isso realmente acontecesse. Dessa maneira teríamos uma saúde mais eficaz, uma educação de qualidade e uma infra-estrutura mais adequada.

Caso se concretize, o senhor já pensa em alianças políticas futuras?

Sim, é evidente, penso em aliança com o povo brejense. É a melhor aliança que posso fazer. Preciso ser coerente com o que penso.

Você acredita ser uma boa opção para prefeito de Brejo?


Veja bem Wanderson, é um projeto, uma ideia sendo amadurecida. Mas qualquer pessoa que ame Brejo, que tenha boas intenções, que apresente novas propostas para cidade e seja movido pelo desejo de mudança é uma boa opção para prefeito de Brejo. Se você achar que correspondo a todos esses requisitos então você já tem a resposta para sua pergunta e não preciso responder. (risos) 



BIOGRAFIA

Vicente de Paula Soares Filho, filho de Vicente de Paula Soares e Luzia Freire de Carvalho, nasceu em Brejo em 1967. Cristão, casado com Alessandra Martins Ferreira Coelho, pai de quatro filhos: Valéria Martins Soares, Samuel Martins Soares, Filipi Martins Soares e, a caçula, Verônica Martins Soares. Formado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela UESPI. Iniciou a carreira de professor no Colégio Cândido Mendes no ano de 1992, lecionando até o ano de 1997. A partir de 1997, na mesma instituição de ensino, exerceu a função de diretor até o ano de 2009, motivo pela qual ficou conhecido sob a alcunha de “diretor Júnior”.  Também foi secretário de Educação do município entre os anos de 2010 a 2012, saindo do cargo com bom índice de aprovação por parte da categoria de profissionais da educação.
Atualmente, retornou à função de diretor do colégio Cândido Mendes.