Brejo tem uma característica que não sei se é positivo ou
negativo, mas o fato é que somos uma das cidades mais (ou a mais!) politizadas
do Baixo Parnaíba. Ainda estamos em novembro de 2014, mas isso não é desculpa
para que os ávidos eleitores apaixonados pela política partidária já estejam de
cabeça e rabo em 2016.
A sucessão do “trono” no cobiçado palácio da Prefeitura de
Brejo é um dos assuntos mais recorrentes ultimamente. E no que mais se fala são
nos pré-candidatos para assumir a galinha dos ovos de ouro. Todo dia se ouve
falar em inúmeros nomes apontados como aquele que vem salvar esta cidade que
padece à espera dessa salvação há 144 anos. O problema não é a quantidade de
nomes; uma vez que até minha gata Lady Bichaninha poderia se candidatar desde que
fosse dotada de consciência e filiação partidária. O preocupante, e às vezes
cômico, são esses nomes.
Vejamos bem meus caros amigos da Rede Globo, os últimos 30
anos o que podemos acompanhar nesse cenário caótico nada mais foi que a
consolidação de dois grupos poderosíssimos e rivais que hoje celebram a irônica
união bem ao estilo Margarina Qualy. Nossa aldeiazinha brejense nesses trinta
anos travou uma ferrenha briga ente os aliados dos Furtados e Caldas que depois
de fumarem o cachimbo da paz se tornaram um único bloco de poder. A brincadeira
de pingue-pongue só foi alternada com a entrada do senhor José Farias de Castro
que parecia não ter prática com as raquetes e perdeu o jogo para a equipe que
vos falei agora pouco. Se nós temos 144 anos de emancipação política, sendo que
esses últimos 30 anos foram marcados por essa alternância de poder das duas
famílias e hoje não temos muito que se orgulhar da nossa cidade só há uma
razão: o serviço não foi bem feito. Mesmo usando de boas doses de conhaque e
humor ácido, tenho muito cuidado ao criticar e não dar o parecer que esse ou
aquele grupo foi o responsável pela nossa situação vexatória no que se diz
respeito a desenvolvimento. Por isso
dessa vez só encontrei uma alternativa: culpar todo mundo. É o pensamento mais
lógico não acham? Brejo só não é melhor porque nossos atuais problemas são
resultados de insucessos de todas essas administrações que essa pobre cidade
teve. Observem que toda vez que um grupo ganhava as eleições sempre acaba com
aquilo que o outro deixou. E sempre foi assim. Uma bola de neve que foi
crescendo, crescendo, crescendo e desabou sobre a atualidade. Ironicamente
sobre a união das duas famílias que sofrem agora uma crise de credibilidade sem
precedentes na história da Terra dos Muypurás.
Diante de tais fatos questiono-me: Oh e agora quem poderá
nos salvar? Sendo sincero e bondoso, acho que não temos muitas escolhas. Os
Caldas e Furtados tiveram todas as chances, inclusive a atual chance dupla,
porque daríamos outra? As boas línguas dizem que eles já têm candidato para
2016. Na verdade têm vários. Sendo que uma é a representante de um lado do
grupo e o outro representa o outro lado. E agora José? O grupo vai se repartir
e voltar a brigar como nos bons e velhos tempos? O fato é que a tensão interna
do grupo anda bem aflorada. Ainda mais agora com o golpe no estomago que a
Câmara deu no prefeito ao dar a presidência para a oposição. O tempo fechou
para o lado de lá.
Outros falam na ressurreição bem ao estilo cristão de José
Farias. Mas espera aí!... Não seria fazer a mesma coisa que fizemos ao dar de
novo a Prefeitura aos Caldas/Furtados? Aqui fica uma grande interrogação: até
quando vamos ficar andando em círculos? Entendedores entenderão.
Eu penso que não devemos mais alimentar essa política. Nós
viciamos pessoas ao poder. Isso é um perigo. Acostumei minha gata dando ração
de meia em meia hora agora ela falta de morder toda vez que vê a vasilha sem
comida. Esses velhos políticos mesmo cheios de botox parece que fizeram da
política o meio de vida mais lucrativo do mundo. Tudo bem que o dinheiro é
público, mas espera um pouco né gente? Vamos com calma! A solução que eu vejo é
a mesma que o Maranhão aplicou no Lobinho e na Lobona Sarney. Ou seja, dizer
BASTA!
Minha sugestão é que
nós brejenses paremos para pensar um pouco antes de dar o voto em 2016. E há
muito tempo para isso. A única maneira de dar um novo rumo para Brejo (e olha
que tá precisando, hein) é romper com quaisquer ligações com o que é velho e
não tem surtido efeito, entenderam? Ou seja, é não votar e não dar mais chance
para quem já teve. Renovar é sempre bom. Afinal de contas quem quer vestir
roupas velhas nesse festejo?
P.S: A única maneira que tenho de prender vocês é usar do
humor na escrita. No entanto é tudo muito sério. Seríssimo.